quinta-feira, 26 de novembro de 2009

'QUANDO TEMOS QUE ENCARAR A REALIDADE DOS FATOS"




DESPEDIDA


Existem duas dores de amor:

A primeira é quando a relação termina e a gente,

seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,

com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,

já que ainda estamos tão embrulhados na dor

que não conseguimos ver luz no fim do túnel.



A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.



A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,

a dor de virar desimportante para o ser amado.

Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:

a dor de abandonar o amor que sentíamos.

A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,

sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…



Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.

Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.

É que, sem se darem conta, não querem se desprender.

Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,

lembrança de uma época bonita que foi vivida…

Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual

a gente se apega. Faz parte de nós.

Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,

mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,

que de certa maneira entranhou-se na gente,

e que só com muito esforço é possível alforriar.



É uma dor mais amena, quase imperceptível.

Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’

propriamente dita. É uma dor que nos confunde.

Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos

deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por

ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,

que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.



Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.

É o arremate de uma história que terminou,

externamente, sem nossa concordância,

mas que precisa também sair de dentro da gente…

E só então a gente poderá amar, de novo.



Martha Medeiros

4 comentários:

  1. Queremos com esse texto saber como homem e a mulher reagem quando tem que desistir de um amor, quando percebem que não tem mais jeito e tem que seguir em frente.
    Sabemos que cada um reage de uma forma quando se deparam com esta situação, é isso que queremos saber. Qual sua reação mediante a este fato!!!

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  2. Bom dia!!
    Esse texto, para quem já viveu isso, ele fala tudo, ele em poucas palavras relata o que realmente acontece.
    Lendo esse texto repensei tudo que vivi na minha separação, e é isso mesmo, não só nos despedimos de um amor, nos despedimos de sonhos que planejamos juntos, de envelhecermos juntos, de viajarmos juntos, nos despedimos do nosso futuro planejado, e isso dói, saber reconhecer que a família não existe mais, que cada um deu um rumo a ela e que você não tem mais tanta importância assim, que todos irão sobreviver sem a presença um do outro,("PRA MIM ESSA PARTE FOI A QUE MAIS DOEU"), das coisas que conquistamos juntos e coisas que ainda iriamos conquistar.Abrir mão de um amor que esteve ali com você por anos, mesmo muitas das vezes não sendo tão bom assim, mas você tinha se acostumado com ele, fazia parte da sua vida.
    Temos nessa hora que olharmos para nós mesmas e começarmos a fazer novos planos, a termos novos sonhos, mas com uma diferença, agora é hora de fazer uma nova história, de um novo começo, mas SOZINHAS, mas isso não é ruim, é uma conquista, quando conseguimos fazer a nossa própria história no qual somos o personagem principal, aí estamos livres.

    Beijos!!

    RITA BACKER.

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  3. Quando começo num relacionamento , é sempre com muita verdade, honestidade e sempre intenso.Quando percebo que tudo acabou não mudo, e confesso que concordo plenamnente com o pensamento da Sarah westphal que diz: "Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez, é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi."
    Não sou nenhum pouco morna detesto meio termo,e quando um amor acabou tenho plena consciência do sofrimento , o luto é necessário, afinal,um romance indolor não é romance, tudo é um risco, me permito e não deixo de tentar. Pra mim é assim.

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  4. Olá meninas,
    muito interessante esta postagem. Não devemos esquecer que "eles" tbm sofrem tanto quanto nós. Os sentimentos são iguais para todos. Assim, como eles dizem, existem mulheres pra casar, prá brincar, prá catar, prá uma noite só,prá abater, tbm existem os chamados "homens fáceis", aqueles que são prá abater, catar e não deixar vestígios para o dia seguinte. É tudo uma questão de "o que eu quero para o momento"? Nós mulheres podemos muito mais do que imaginamos.
    Bjs doces.

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